Porque choras tão baixo
Aqui na casa dos esquecidos, o silêncio é o manto da dor e do esquecimento
Sufocados pela cidade dos homens, nós repousamos em perpétuo silêncio
Guardados por carpideiras que eternamente lamentam, choram...
No mesmo lugar pelas mesmas pessoas...
O tempo já se foi e as ampulhetas já voaram, deixando para traz as cinzas do tempo.
O tempo esquecido pelos vivos,
Eternizado pelos mortos
Em sua morada tão distante do mundo,
Tão distante da vida.
Lugar onde os anjos da morte
Repetidamente apagam a chama da vida
Com um único sopro, forte e breve...
Onde os anjos batem asas, mas presos não conseguem voar, e apenas olham, oram...
Rezam sem descanso...
Lugar onde a saudade positivista joga repetidamente flores nos jazigos.
Onde a serpente petrificada conta por si só sua história
A história deste túmulo ou casa para nós, não é muito diferente dos tantos outros que guardam esculpidos sua história, e a história de uma época...
A saudade, dor e perda estão aqui entalhadas, representadas. O imaginário popular conta a história de uma criança cuja inocência lhe custou à vida. Euclides Felipe teve a vida ceifada por uma serpente aqui representada, quando em um gesto de pureza e inocência ao enfiar a mão em uma toca a procura de uma coruja foi surpreendido por uma picada. Em silêncio a coruja espera, esculpida, petrificada aqui por mais uma oportunidade para sair da toca escapando da serpente.
( Douglas Lemos de Quadros)
Túmulo da Família Paixão Cortes – Lord, Douglas Lemos de Quadros
Foto : Tais Robaina Vidal
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