"Quando o tempo me houver trazido esse momento
Do dormir, sem sonhar, que extremo nos invade
Em meu leito de morte ondule esquecimento
De teu sutil adejo, a mais langue suavidade
Não quero ver ninguém ao pé de mim carpindo
Herdeiros espreitando meu supremo anseio
Mulher, que por decoro a coma desparzindo
Sinta ou finja a dor que lhe estará rasgando o seio
Desejo ir em silêncio ao fúnebre jazigo
Sem luto oficial nem préstimo faustoso
Receio a placidez quebrar de um peito amigo
Ou furtar-lhe sequer um breve espaço ao gozo"
("Eutanásia", Lord Byron)
Lord Byron
Poucos homens viveram mais que eu, Lord Byron.
Eu sou aquele que foi banido das terras britânicas, o poeta maldito e libertino.
A síntese de toda a geração Ultra-Romântica.
Aquele que bebeu da fonte da lascívia em uma taça feita de crânio humano.
Meus versos foram a representação daquilo que eu almejava
e quando o destino me trouxe aquele momento pela qual eu tanto anseava
fui imortalizado através de minha obra
36 invernos europeus eu vivi e após minha morte esses 36 prolongaram-se pela eternidade
foi no litoral grego onde meus dias de promiscuidade pereceram
em meio a minha batalha pela Grécia contra os turcos-otamanos
um destino ironicamente semelhante ao de Vlad Teppes, o empalador romeno
quando minha hora final chegou, os versos de Eutanasia ganharam a vida, ao mesmo tempo que meu corpo padecia
Minhas últimas palavras? "É chegada a ocasião de descansar..." (Tiago Alano)
Mausoléu Família Collares: Lord Byron - Tiago Alano
Fotos: Douglas Lemos de Quadros e Tais Robaina Vidal
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