sábado, 3 de janeiro de 2009

Ofélia



E ele não voltará mais?
E ele não voltará mais?
Não, não está morto
Em leito de paz e conforto
Não voltará nunca mais.
Tinha a baraba branca como a neve
Tinha a cabeça tão leve
Foi embora, foi embora,
É inútil nosso pranto
Que Deus o proteja, agora.
E para todas as almas cristãs, eu peço a Deus -
Deus esteja convosco.
(William Shakespeare)

Trecho da peça “Hamlet”, de William Shakespeare: Ofélia - Ana Carolina K. Cardoso 

Fotos: Tais Robaina Vidal

Metáforas, Símbolos...


O céu

 Por onde quer que vá, sobre o mar, sobre a terra,

Morador da cidade ou do campo distante,

No côncavo de um vale ou no alto de uma serra,

Sob um clima de gelo ou sob um sol flamante,

 

Mendigo tenebroso ou Creso rutilante,

Quer se conserve em paz, quer se destrua em guerra,

- O Homem cai a tremer, em qualquer parte, diante

Do mistério que o céu, - trágico abismo, - encerra...

 

Sempre o céu! sempre o céu! - teto que se ilumina,

No teatro do mundo em que o Homem representa

- Mascarado histrião! - a comédia divina;

 Em que o Homem, - pobre ator, cheio de desenganos, -

Das paixões arrostando a terrível tormenta,

Chora, blasfema e ri - há mais de dez mil anos...

 (Charles Baudelaire)


Francisco Ilarregui

 A vida e a morte criam metáforas e  símbolos...

Apresento-lhes o imigrante espanhol Francisco Ilarregui,

Que veio para Bagé e, com o passar do tempo

Tornou-se um próspero comerciante 

E um cidadão preocupado com as causas sociais.

Mas não se fez representar como comerciante em seu leito de morte.

Buscou ser eternizado como um herói letrado, um intelectual entre as colunas.

Representado através de um busto celebrativo,

Que descansa em sua Acrópole particular.

 Em seu mausoléu nos deixa uma mensagem:

A ampulheta alada mostra que o tempo se esvai muito rápido...

E as tochas que se apagam, a certeza da morte.

Portanto, respeitem a morte...

Mas aproveitem e celebrem a vida.

 ( Clarisse Ismério)

 

Mausoléu da Família Ilarregui: Lord - Antoniel Martins Lopes

Fotos: Súsi Lima e Tais Robaina Vidal

Músicas do Sarau Noturno



GREENSLEEVES 

     É uma música de compositor desconhecido, que acabou se tornando popular no mundo inteiro.

     Embora ela não tenha um compositor definido, alguns pensam ter sido ela composta por Henrique VIII, devido a uma letra posteriormente anexada a melodia e atribuída a ele como declaração à Ana Bolena.

     Porém, ela apresenta características da música barroca italiana, e devido a essas características, por muitos estudiosos é classificada como uma Romanesca.

     Seu ritmo é bastante intenso e sugere uma dança animada, porém sua tonalidade, um Lá menor (Lám) passa-nos a expressão de uma melodia triste, algo que realmente podemos colocar como uma espécie de romance, pois, naquela época, os romances eram de tal forma intensos, que na música, eram representados como momentos alegres, mas que por motivos diversos, apresentavam suas desarmonias. 

MARCHA FÚNEBRE 

     A marcha fúnebre teve sua composição baseada em uma procissão fúnebre, observada e descrita por Frédéric François Chopin no ano de 1837, em Nohant, na França.

   Naquela época não seria fácil vender uma marcha para uma procissão fúnebre, ainda mais composta para piano, o que tornaria impossível sua execução durante tal evento, então ele somente a publicou em 1839, como terceiro movimento da Sonata nº 2 em Sibm para piano. Essa sonata é formada por quatro movimentos, são eles:

  1. Grave; Doppio movimento
  2. Scherzo
  3. Marche funèbre: Lento
  4. Finale: Presto

RÉQUIEM EM RÉ MENOR K. 626

     Teve sua composição iniciada em 1791 por Wolfgang Amadeus Mozart, e seu término deve-se a Franz Xaver Süßmay, discípulo de Mozart, que terminou a missa de Réquiem devido ao falecimento de seu mestre neste mesmo ano.

     Trata-se de uma das obras mais significativas da vida de Mozart.

     A obra conta com uma orquestração completa e arranjo para coral.

     A história do Réquiem é bastante interessante, pois trata-se de uma composição encomendada à Mozart por um conde, que manteve-se anônimo para expor a todos que a composição executada nos ritos fúnebres relativos ao falecimento de sua esposa eram de sua própria autoria, sinal de dor e sofrimento pela perda da amada.

     Porém, devido às circunstâncias emocionais em que se encontrava Mozart, este acreditou que a missa havia sido encomendada para seu próprio funeral.

     No Sarau, foi executado o tema da seção Lacrimosa, o qual traz uma melodia chamativa e uma letra onde é pedido perdão a Deus e concessão do repouso eterno. Nessa letra é colocado um paradoxo, pois, ao mesmo tempo em que expõem o fato do homem renascer para ser julgado, implora a Deus pelo seu descanso eterno.

(Guilherme Cassão Marques Bragança)

Fotos: Tais Robaina Vidal

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Bourée

http://www.youtube.com/watch?v=464dy5DZl3A

Bourée é o nome de uma dança tradicional francesa.

Criada no Séc. XVII é uma dança viva, em dois tempos e que faz uso de um ritmo simples.

 Muitos autores se inspiraram nela para composições musicais, entre eles J.S. Bach, que escreveu duas peças com este nome.

 A música interpretada no Sarau é uma versão de Ian Anderson, da banda inglesa Jethro Tull, feita na década de 70. 

(João Pedro Germano Pagliosa)


Foto: Tais Robaina Vidal