sábado, 3 de janeiro de 2009

Metáforas, Símbolos...


O céu

 Por onde quer que vá, sobre o mar, sobre a terra,

Morador da cidade ou do campo distante,

No côncavo de um vale ou no alto de uma serra,

Sob um clima de gelo ou sob um sol flamante,

 

Mendigo tenebroso ou Creso rutilante,

Quer se conserve em paz, quer se destrua em guerra,

- O Homem cai a tremer, em qualquer parte, diante

Do mistério que o céu, - trágico abismo, - encerra...

 

Sempre o céu! sempre o céu! - teto que se ilumina,

No teatro do mundo em que o Homem representa

- Mascarado histrião! - a comédia divina;

 Em que o Homem, - pobre ator, cheio de desenganos, -

Das paixões arrostando a terrível tormenta,

Chora, blasfema e ri - há mais de dez mil anos...

 (Charles Baudelaire)


Francisco Ilarregui

 A vida e a morte criam metáforas e  símbolos...

Apresento-lhes o imigrante espanhol Francisco Ilarregui,

Que veio para Bagé e, com o passar do tempo

Tornou-se um próspero comerciante 

E um cidadão preocupado com as causas sociais.

Mas não se fez representar como comerciante em seu leito de morte.

Buscou ser eternizado como um herói letrado, um intelectual entre as colunas.

Representado através de um busto celebrativo,

Que descansa em sua Acrópole particular.

 Em seu mausoléu nos deixa uma mensagem:

A ampulheta alada mostra que o tempo se esvai muito rápido...

E as tochas que se apagam, a certeza da morte.

Portanto, respeitem a morte...

Mas aproveitem e celebrem a vida.

 ( Clarisse Ismério)

 

Mausoléu da Família Ilarregui: Lord - Antoniel Martins Lopes

Fotos: Súsi Lima e Tais Robaina Vidal

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