O céu
Morador da cidade ou do campo distante,
No côncavo de um vale ou no alto de uma serra,
Sob um clima de gelo ou sob um sol flamante,
Quer se conserve em paz, quer se destrua em guerra,
- O Homem cai a tremer, em qualquer parte, diante
Do mistério que o céu, - trágico abismo, - encerra...
No teatro do mundo em que o Homem representa
- Mascarado histrião! - a comédia divina;
Das paixões arrostando a terrível tormenta,
Chora, blasfema e ri - há mais de dez mil anos...
Francisco Ilarregui
Apresento-lhes o imigrante espanhol Francisco Ilarregui,
Que veio para Bagé e, com o passar do tempo
Tornou-se um próspero comerciante
E um cidadão preocupado com as causas sociais.
Mas não se fez representar como comerciante em seu leito de morte.
Buscou ser eternizado como um herói letrado, um intelectual entre as colunas.
Representado através de um busto celebrativo,
Que descansa
Em seu mausoléu nos deixa uma mensagem:
A ampulheta alada mostra que o tempo se esvai muito rápido...
E as tochas que se apagam, a certeza da morte.
Portanto, respeitem a morte...
Mas aproveitem e celebrem a vida.
Fotos: Súsi Lima e Tais Robaina Vidal
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